quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quanto lixo, óh quanta alegria...


Esse ano eu realizei um sonho antigo: desfilar na Sapucaí no carnaval do Rio!

Eu saí na Mangueira, que homenageou os antigos festivais da canção, na ala do Clube da Esquina e minha fantasia representava um bicho grilo, como uma alusão aos músicos do movimento, que eram um tanto quanto hippies e curtiam o refúgio das montanhas.

Foi empolgante, emocionante, quente, cansativo, mas super, super gratificante, uma das coisas mais legais que já fiz, porque é uma emoção ímpar, que se soma com a emoção de milhares de pessoas que se dedicam todo o ano pra tornar aquele sonho uma realidade.

Bom, mas um ponto negativo a ser destacado talvez seja a quantidade de lixo gerado. É impressionante, primeiro, reparar na quantidade de matéria-prima gasta nas fantasias, adereços e alegorias das escolas de samba. Fiquei me perguntando se aquilo tudo é reaproveitado no ano seguinte. Será que os galpões das escolas possuem programas de reciclagem desses materais? Algo a ser pesquisado...

E depois é só andar pelas ruas dos Rio, uma cidade entre tantas do Brasil em que o Carnaval "bomba", pra perceber quanta sujeira as pessoas produzem e como a cidade fica com um aspecto mal tratado. É muito lixo, muita sujeira!

De acordo com reportagem do jornal O globo, a Comlurb coletou, da sexta-feira de carnaval até domingo, 865,5 toneladas de lixo das áreas do Sambódromo no Centro da cidade. Só no Desfile das Campeãs, que aconteceu no sábado, a Comlurb removeu 87,94 toneladas de resíduos em todo o Sambódromo, Terreirão do Samba, além das áreas de entorno e acesso.

Para a limpeza dos blocos que cicularam pela cidade, no fim de semana, trabalharam 136 garis, que coletaram 11,16 toneladas de detritos, sendo 4,2 toneladas apenas no desfile do Monobloco, no domingo, no Centro.

É pessoal, carnaval é época de deixar todos os problemas e preocupações pra trás, mas acho que não podemos esquecer dos impactos ambientais dessa folia...

2 comentários:

Marina da Mata disse...

Além disso, Mariana, não posso esquecer da péssima qualidade das águas na praia do Leblon...um verde quase radioativo!

Patricia Vilas Boas disse...

Essa parte do carnaval é bem triste... Mas eu acredito que as fantasias, carros alegórios e tudo mais devem ser reciclados por causa do seu alto valor. O pessoal deve reutilizar as penas, os paetês, tecidos e etc para fazer outras fantasias. É uma questão econômica antes de ser ambientalmente correta. Mas adorei o seu depoimento e acredito que não tem nada mais tupiniquim do que desfilar na Mangueira, é um pouco do que é ser brasileiro realmente... Quanto aos bloquinhos de rua, acho que as empresas de cerveja tem que fazer um papel maior ainda do que estão fazendo quanto à limpeza das ruas. O lixo é gerado em função delas, principalmente. Acho que deveria ser imputada a esses grandes grupos uma responsabilidade maior por isso, afinal eles vendem muito e ganham muuuito dinheiro, enquanto os impactos negativos sobram pra Prefeitura e pra comunidade.